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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Comemorações do 25 de Abril em Lamego



A Cidade de Lamego comemorou o 25 de Abril na câmara Municipal de Lamego. Na ocasião, o Presidente da Assembleia Municipal de Lamego, Dr. José Carrapatoso usou da palavra. Aqui fica o seu discurso na íntegra:
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal
Ex.mos Senhores Vereadores
Ex.mos Senhores 1º e 2º Secretáros da Mesa da Assembleia Municipal
Ex.mos Senhores Membros da Assembleia Municipal
Ex.mos Senhores Membros (Antigos e Actuais) dos Órgãos das Freguesias
Ex.mas Autoridades – Sr. Comandantes do CTOE e PSP, a quem agradecemos a presença
Ex.mo Presidente da Comissão das comemorações de 25 de Abril – Sr. Dr. João Mendonça
Cidadãos de Honra de Lamego
Senhores Jornalistas
Caríssimos Lamecenses
A Assembleia Municipal de Lamego comemora hoje o 38º aniversário do 25 de Abril de 1974 – A Revolução dos Cravos – acontecimento que esteve na génese duma  das mais notáveis mudanças políticas no século XX, devolvendo à sociedade Portuguesa e a Portugal uma inigualável oportunidade para a implementação dum conjunto de mudanças políticas e sociais que permitissem, em ambiência democrática, o pleno desenvolvimento das suas gentes e do País.
Em democracia a maior conquista é a Liberdade, valor emanado da Revolução dos Cravos, motivo pelo qual se designou o dia 25 de Abril como Dia da Liberdade, valor que deve ser sempre assumido com Responsabilidade, que pressupõe respeito, tolerância e frontalidade perante os outros.
Nesse sentido, na sequência do que foi a prática dos últimos anos, deliberou a Assembleia Municipal que, hoje e neste salão Nobre do Municípo, se prestasse um tributo de Homenagem e Gratidão a todos os Cidadãos – Homens e Mulheres – que, no nosso Concelho de Lamego, desde o 25 de Abril de 1974, devotaram, dedicada e generosamente, as suas vidas ao serviço das suas freguesias e das suas gentes, nunca poupando esforços para que estes espaços esquecidos pelo poder central de outora, passassem a dispor das infraestruturas necessárias à satisfação das carências mais básicas das suas populações e atingissem os patamares de desenvolvimento que as auroras da dignidade e da modernidade lhes abriram.
Nem sempre o seu trabalho teve o reconhecimento que lhe era devido e, por vezes, a ingratidão dos seus fregueses era a compensação recebida.
É por isso que, quando se vislumbram profundas alterações no mapa autárquico do território, a Assembleia Municipal, em nome de todos os Lamecenses, não pode deixar de expressar a todos os antigos e atuais autarcas de freguesias, (alguns dos quais já se não encontram entre nós), sem distinção do credo político, a sua gratidão pelo esforço e competência que colocaram ao serviço da Causa Pública nas Freguesias do Município. Bem-hajam pelo magnífico serviço que prestaram.
Como testemunho da Gratidão desta Assembleia Municipal a todos que se encontram referenciados nos serviços, será entregue um Diploma que certificará as funções desempenhadas.
Ex.mos Convidados.
Caros Amigos e Amigas
Evocar o 25 de Abril – Dia da Liberdade – traz, à memória coletiva, o sentimento da esperança que se apossou da Sociedade Portuguesa de que  a institucionalização subsequente da Democracia conduziria o País na senda do progresso.
A manutenção viva da memória dos Ideais de Abril justifica o empenho que a Mesa da Assembleia Municipal coloca nas suas comemorações, que se inicaram ontem no belíssimo Sarau Cultural no nosso Magnífico Teatro Ribeiro Conceição, em espetáculo desenvolvido pela freguesias de Figueira, Ferreirim, Sé, Lalim, Ferreiros de Avões, Avões e Almacave, onde os valores das freguesias foram oferecidos a todos os presentes.
Todavia, a Mesa renova a sua gratidão ao Presidente da Comissão destas Comemorações, bem como à Ex.ma Senhora Vereadora Dr.ª Marina Vale, que, com muito esfoço e dedicação, permitem que hoje, apesar das dificuldades, se continuem a proclamar os valores de Abril – Liberdade e Democracia.
Lamego e todo o interior do país também ambicionavam a um futuro promissor, que permitisse alguma equidade com as regiões habitualmente favorecidas do litoral, na esperança de fixar as pessoas, com um desejável crescimento de postos de emprego e serviços, evitando a constante sangria da sua população jovem, obrigada a procurar soluções de vida noutras paragens.
A descentralização de poderes, confiando às Instituições do Poder Local as tarefas que até aí lhe foram negadas, permitiria que o Interior fosse construindo o seu futuro de acordo com os seus valores e interesses coletivos, beneficiando das ligações mais rápidas que as redes viárias vieram a permitir, conduzindo a projetos de desenvolvimento sustentados visando a criação de novos postos de emprego que fixassem os locais, bem como o rápido escoamento das produções habituais do interior.
A melhoria da Assistência na Saúde ás populações do interior e de Lamego, foi notória, com a chegada de novas soluções locais em áreas de especialidade até aí inexistentes e novos e jovens profissionais, ajudando à nítida redução das taxas de mortalidade, em especial na mortalidade infantil e à melhoria das condições higio-sanitárias.
A descentralização de outros serviços criou expectativas de padrões de  desenvolvimento de nível mais elevado, que foram alimentando o ego desta gentes, criando novos postos de trabalho.
Todavia, muitos Velhos do Restelo, que teimam em pensar que os padrões de desenvolvimento sustentado só se atingirá quando a grande maioria da população viver no litoral, e que, desde há alguns dos últimos anos, vêm ocupando os lugares do  Poder Central, iniciaram uma luta titânica contra as populações do interior, especialmente contra Lamego, retirando-nos instituições e serviços públicos, onde a mais significativa é o Hospital de Lamego, totalmente esvaziado das camas de tratamento de doenças agudas, função que historicamente cumpríu para toda a população do Douro-sul e áreas tampão que aqui sempre recorreram.
Obrigado sr. Presidente da Câmara Municipal – Eng. Francisco Lopes – pelo esforço que desenvolveu no início do seu primeiro mandato, no sentido de tentar segurar o Modelo Funcional do então chamado Hospital de Nossa Senhora dos Remédios, que o Ex-Ministro da Saúde adjudicou, dando posteriormente o dito por não dito, rejeitando-o posteriormente com a oferta de uma solução de Hospital de Proximidade, que não serve os Lamecenses nem a população do Douro-Sul.
Um Hospital sem Camas para doentes agudos jamais servirá os interesses e a saúde dos Lamecenses.
As vias rápidas que nos foram disponibilizadas, que deveriam compensar todo o esquecimento a que sempre estivemos votados, são agora oferecidas com custos de portagem superiores aos praticados nas auto-estradas do litoral, o que, na prática, se traduzirá a mais um travão ao desenvolvimento.
São, caríssimos concidadãos, estes aspectos que justificam que o nosso concelho, tal como os restantes concelhos do interior, tenha perdido, segundo o último censo, uma larga franja da sua população, especialmente sentida nas freguesias rurais e na população jovem, conduzindo à desertificação do interior, Lamego incluído, cada vez mais empobrecido e envelhecido.
Mas o problema dos jovens não é só do interior pois o fluxo migratório de jovens portugueses é notório, abarcando todas as categorias profissionais, mas onde é mais sentido nos grupos tecnica e culturalmete mais preparados.
Estes e outros aspectos espelham-se no desencanto das populações relativamente à esperança e à modernidade que, para todos, o 25 de Abril representou, em função das políticas erradas que os últimos governos do país imprimiram, que urge esperançosamente corrigir, situação agora agravada pela enorme crise económica e financeira da Europa e do Mundo.
Impõe-se assim a união de todos os Lamecenses e de todos os Durienses de forma sincera e leal, despida de quaisquer conotações políticas e partidárias, com o único objectivo de garatir o Futuro da Cidade de Lamego, do Douro e das suas gentes.
Pese embora a difícil situação económica que o país atravessa temos de ser capazes de demonstrar ao Poder Central que merecemos mais de que aquilo que nos têm facultado, demonstrando-lhe ainda que o os serviços que nos retiraram têm que ser urgentemente devolvidos.
Caríssimos Lamecenses
Abril trouxe aos Portugueses a esperança de um Futuro melhor para o País e para as suas gentes.
O interior deste país, onde Lamego e o Douro se situam, tem direito ao desenvolvimento e à modernidade que Abril prometeu.
Nós – os Lamecenses – não podemos consentir que os nossos governantes olvidem, em algum momento, a esperança que Abril transportou, devemos tomar o presente nas nossa mãos, lutando, unidos, pelo Futuro de Lamego, do Douro e de Portugal.
Como diz o Poeta:
“… Não deixemos morrer o cravo, pois tem cheiro a liberdade”
Viva o 25 de Abril
Viva Lamego
Viva Portugal

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