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terça-feira, 11 de setembro de 2012

História para 11.09.2012


A TARTARUGA E A RAPOSA


A raposa estava sempre a troçar da tartaruga:
– És tão feia, tão ridícula, tão lenta, tão preguiçosa.
Metes-me nojo.
A tartaruga aturava estas falas, sem lhes dar resposta.
Andava à sua vida, vagarosa como sempre, embora lá por
dentro o coração batucasse muito depressa, sentido e
revoltado.
– Pareces uma pedra com pernas. Tens uma cabeça de
lagarto. Ninguém seria capaz de imaginar um monstro
como tu – dizia-lhe a raposa, passando por ela de raspão.
Tanta calúnia custa a suportar. A paciência também se
esgota. Eu, se fosse à tartaruga, repontava.
Até parece que ela me ouviu, porque, um dia, depois de
não sei quantas mais provocações da raposa, a tartaruga
levantou a cabeça e do rés-do-chão falou assim para a
impertinente:

– Eu lutar contigo não luto, mas desafio-te para uma
corrida, já que te gabas de ser tão rápida. Aquela que
primeiro chegar a casa ganha e acabou-se a conversa.
O macaco, que era um intrometido e tudo isto ouvira do
alto de uma árvore, saltou para o meio das duas e
ofereceu-se:
– Eu quero ser o juiz da corrida.
Aceite por ambas, o macaco anunciou:
– Vou dar o sinal de partida. Um... dois... e três!
Correu a raposa, de focinho afilado, em direcção à toca.
Ia cá com uma mecha.
A tartaruga, por sua vez, limitou-se a encolher-se dentro
da casca. Nem as patas deixou de fora.
– Ganhou a raposa – gritou o macaco.
Protestos da tartaruga, no cavo abobadado da carapaça:
– Mas eu já estou em casa. A minha casa, como a do
caracol, anda sempre comigo.
Os bichos da floresta, que se tinham acercado para
assistir à corrida, apoiaram a tartaruga. Pressionado pelo
tumulto do público, o árbitro macaco também teve de
reconhecer que ela é que tinha razão. E foi proclamada a
vencedora.
A raposa, de emplumada cauda a arrastar a sua

humilhação, ela que se considerava a mais inteligente da
floresta, calou-se. Até ver...


FIM





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