Freguesia de Meijinhos, Pertence ao Conselho de Lamego e Distrito de Viseu, com 2,74 km² de área e cerca de 115 habitantes Densidade: 38,0 hab/km². Distaciada a cerca de dez quilómetros de Lamego.É uma aldeia muito antiga, e referenciada nas Inquirições de D. Afonso III em 1258 como reguengo. Em Fevereiro,grande Festa de convivio. Festa em Honra do S.Brás, onde se tem sempre boa musica e porco assado para todos.VISITE.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
História para 04.08.2012
DE MAL A MENOS
Conta-se que havia um príncipe que era muito ruim.
Irmão do rei e sempre destinado a príncipe toda a vida, terá
sofrido sempre dessa comichão na alma, a que se chama
inveja. Também queria reinar, mas nunca reinou. Bem
feito!
Mesmo assim, mandava o que podia. E mandava mal. O
povo, já se vê, não engraçava com ele. Temia-o muito, mas
não o amava nem um bocadinho. Mais uma vez, bem feito!
De uma ocasião em que o príncipe foi visitar com a sua
comitiva um povoado, as gentes da terra, por cortesia,
quiseram oferecer-lhe uma lembrança. Mas o quê?
Riquezas não tinham, que a terra era pobre e para mais
acabara de passar por um longo período de seca, que
estragara as colheitas.
– Dá-se-lhe um saco de pinhas – alvitrou alguém. – Se o
príncipe gostar de pinhões, há-de agradecer.
– E se não gostar, zanga-se – acrescentou outro. – Talvez
seja mais acertado oferecer-lhe um cesto de melões, dos
poucos sãos que restaram da seca.
– É um grande risco. Podem não ser doces – considerou
um dos homens da terra. – Cá por mim dava-lhe uma
travessa de figos. Os da minha figueira nunca me deixaram
ficar mal.
O príncipe chegou, muito emproado, e uma deputação
dos camponeses da aldeia, chefiada pelo dono da figueira,
veio recebê-lo no largo, singelamente enfeitado para a
cerimónia.
Depois de proferidas umas palavras de boas-vindas,
onde também se referia o esgotamento das águas, que
empobrecera os campos, o dono da figueira entregou o
presente ao príncipe, avisando-o que pouco era, mas dado
com boa vontade.
O príncipe destapou a travessa, onde vinham os figos,
aninhados numa cama de folhas de parra, e indignou-se:
– Figos? Um príncipe da minha estirpe não merece nada
mais do que um monte de figos maduros? Isto é uma
vergonha. Uma infâmia!
E o príncipe, possuído por uma grande cólera, mandou
amarrar o camponês, que o presenteara, ao pelourinho do
largo.
– Agora, guardas, atirem-lhe com os figos, sem escapar
um.
Os guardas obedeceram. Cumprida a tarefa, a
principesca comitiva abandonou a aldeia, sem um gesto de
despedida. Aquele príncipe era de força. Mau como as
cobras. E malcriado.
Os companheiros do camponês apressaram-se a
desamarrá-lo, muito revoltados e condoídos. É que ele
metia dó. Da cabeça aos pés, estava todo lambuzado da
polpa dos figos que lhe tinham lançado. Pareciam feridas,
mas não eram.
– Magoaram-te? – perguntavam-lhe os amigos.
O camponês, que era dotado de muito bom humor, só ria,
enquanto chupava dos dedos uns restos de figos. Cada
gargalhada...
– Então, fizeram-te esta malvadez e tu ris-te? –
estranhavam, à volta.
Quando o dono da figueira conseguiu suster o riso,
explicou:
– Estou muito feliz, apesar de tudo. Calculem vocês se,
em vez dos figos, lhe tínhamos oferecido as pinhas ou os
melões?
FIM
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