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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Deixo aqui mais umas receitas de fazer crescer água na boca

Butelo, Palaio ou Bulho
Ingredientes:

os ossos tenros das costelas e do espinhaço do porco
1 rabo de porco (facultativo)
água
vinho tinto
4 bons dentes de alho
2 colheres de sopa de colorau (doce e picante)
2 rodelas de laranja
malagueta (ou piripiri)
sal
a tripa larga e folhosa do porco (ceco)

Confecção:

Partem-se em bocados os ossos que devem ter carne e põem-se em vinha-de-alhos durante 3 ou 4 dias.
A vinha-de-alhos, exactamente igual à que é usada para os salpicões e os chouriços, é composta por todos aqueles ingredientes.
A quantidade de água deve ser superior à do vinho, e os alhos, esmagados.

Nota Em Mogadouro, designadamente em Azinhoso, os ossos são colocados em camadas temperadas com sal, colorau doce e um pouco de picante e louro (2 folhas).
Não se usa marinada como líquido de tempero, mas apenas a água que foi fervida com alhos e coada.
Esta água acrescenta-se diariamente durante 4 dias.

*O Butelo é um enchido característico do Nordeste Transmontano, que se faz na altura das matanças e se guarda para comer mais tarde.
Faz parte, em muitas terras, dos «Cozidos de Carnaval», em conjunto com outros enchidos, mas pode acompanhar sozinho as Cascas ou Casulas, embora não seja frequente.
O Butelo recebe vários nomes, conforme as terras, o que não deixa de estabelecer uma certa confusão: Butelo no Norte do Distrito de Bragança, chamam-lhe Bulho em terras de Mogadouro e Palaio na região de Moncorvo.
É um enchido muito «caseiro», de escassa comercialização.


Cascas ou Casulas
Ingredientes:

1 kg de carne
1 butelo ou carne de fumeiro (podem ser também patas, orelheira, costelas).

Confecção:

As cascas (há também quem lhe chame casulas e vasas) são um produto típico de Trás-os-Montes, nomeadamente da Terra Fria.
Come-se sobretudo no Inverno e é muito frequente encontrá-lo entre os petiscos do Entrudo.
Trata-se de um feijão que se colhe ainda na vagem quando o grão está bem formado, mas ainda não seco.
A vagem parte-se (ou não) em bocados e põe-se a secar ao sol, durante vários dias, sobre palha ou mantas.
Depois de bem secas, as Casulas guardam-se em saquinhos de pano, para consumir nos dias frios de Inverno.
De véspera, põem-se as cascas de molho em água fria abundante (para as hidratar).
No dia seguinte, cozem-se com sal, juntamente com o butelo.

Na falta deste, utiliza-se carne de fumeiro e um bocado de presunto.
Quando tudo estiver cozido, escorrem-se as cascas para um prato fundo, dispõem-se por cima as carnes em bocados e rega-se tudo com azeite transmontano cru.

A refeição terminará da melhor forma com os doces e sobremesas característicos de Vinhais, destacando-se a Tarte de Grão de Bico ou Grabanços, o Pudim de Laranja do Convento das Clarissas de Vinhais, bem como os Bolinhos de Amêndoa do Convento das Clarissas de Vinhais.

NOTA Há quem faça sopa com a água de cozer as cascas e a carne.
Esta sopa é basicamente constituída por fatias de pão de trigo amolecidas com o referido caldo.






Bom Bom Apetite

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