Mensagem de Meijinhos

widgeo.net
Aqui pode ouvir a Rádio Luso

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Hipnoterapia: o relaxamento em estado puro

Mulher hipnotizada

Com raízes nas antigas civilizações egípcias e gregas, a hipnoterapia foi inicialmente conhecida como “sofrologia”, tendo adoptado a sua actual designação apenas durante o século XVIII. Desde sempre envolta em algum misticismo, esta terapia alternativa – que hoje conta com vários dados científicos a comprovar a sua eficácia – foi em tempos vista como um feitiço.

UMA HISTÓRIA HIPNOTIZANTE

Os tempos longínquos trouxeram histórias da existência de hipnotizadores já na antiga civilização egípcia – estes eram na sua maioria médicos que recorriam à “técnica do sono” para adormecer os seus pacientes antes de intervenções cirúrgicas, uma prática crucial uma vez que nessa altura ainda não existia a anestesia geral! Os gregos deram continuidade a esta “hipnose médica”, uma prática que ficou conhecida como “sofrologia”. Numa alusão clara à deusa Sofrosine (que teria fortes poderes curativos) significava qualquer coisa como a “ciência da mente tranquila”: “sos” (tranquilo) + “phren” (mente) + logia (ciência).

Esta estranha forma de cura, onde as pessoas adormeciam doentes e acordavam curadas, viajou até à Índia, Caldéia, China, Roma e Pérsia e, com o passar do tempo, começou a adquirir contornos místicos, esotéricos, paranormais e sobrenaturais – tanto até que durante a Idade Média foi proibida. Quem praticava hipnose era apontado como sendo bruxo ou satanista, perseguido e até morto. O certo é que essa visão “supernatural” da hipnoterapia permaneceu bem latente e incontestada até ao século XVIII, altura em que o médico britânico James Braid passa a investigar afincadamente esta prática que ele considerava ser uma espécie de sono induzido. É também a este investigador que se deve o nome “hipnose”, uma palavra que deriva do nome do deus grego do sono “Hipnos” e do latim “osis” que significa “acção” ou “processo”. Os estudos prosseguiram e chegou-se à conclusão que a hipnose era, de facto, um estado diferente de consciência, mas completamente distinto do de vigília e de sono. Mesmo assim, o termo “hipnose” permaneceu.

A QUEBRA DO FEITIÇO

A hipnoterapia ou hipnose é descrita, de forma muito simples, como um “estado alterado de consciência” em que a pessoa hipnotizada atinge, simultaneamente, um estado de relaxamento físico e emocional tão profundo e tão receptivo, que o torna particularmente aberto àquilo que lhe está a ser sugerido pelo terapeuta e que terá, invariavelmente a ver com o tratamento do seu problema específico. Neste estado, em que a pessoa está curiosamente hiper-alerta, tem uma maior capacidade de se concentrar a 100% numa só informação, memória ou sugestão que é normalmente feita num tom orientador e motivacional pelo terapeuta. Ao concentrar-se na voz do terapeuta a pessoa hipnotizada ouve, interioriza e coloca em prática alterações de comportamento que possam melhorar ou até curar a sua perturbação. Para além das alterações comportamentais, a hipnose é eficaz na estimulação do bem-estar físico e mental em geral.

O ESTADO HIPNÓTICO

Quem é hipnotizado sente o relaxamento completo do seu sistema muscular, acompanhado do abrandamento do seu ritmo cardíaco e uma pequena diminuição da pressão arterial, assim como uma respiração mais lenta. A hipnose já foi descrita como um momento de “meditação intensa”, uma “transe” ou uma “manta de enorme conforto emocional”. Existem seis métodos utilizados para induzir o estado hipnótico, sendo que o que funciona com uma pessoa pode não funcionar com outra:

  1. Fixação visual – fitar intensamente os olhos da pessoa; apesar de ser um dos métodos primordiais, não é dos mais utilizados actualmente.
  2. Relaxamento progressivo – recorre-se à visualização de lugares seguros e tranquilos.
  3. Confusão mental – tal como o nome indica, confunde a mente consciente para que seja mais fácil esta “deixar-se ir”.
  4. Orientação mental inversa – recorre à imaginação e às respostas dadas relativamente aos cenários sugeridos.
  5. Desequilíbrio – não há nada como sermos embalados para “escapar” do mundo, é também graças a este método que surge a imagem de um relógio a pendular de um lado para o outro em frente à pessoa hipnotizada.
  6. Choque do sistema nervoso – recorre à utilização de uma ordem repentina e poderosa, dada de uma forma surpreendente e à qual as pessoas normalmente “obedecem”.

INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES

A hipnoterapia é normalmente utilizada em conjunto com outras práticas terapêuticas, mas não goza de grande popularidade devido à simples razão que apenas 10 a 15% da população humana é hipnotizável! Apesar desse “contratempo” é uma prática adequada para várias situações:

  • Tratamento contra o tabagismo
  • Perda de peso e alteração de hábitos alimentares
  • Tratamento de diversos vícios/hábitos (roer as unhas, noctúria…)
  • Asma
  • Insónias
  • Cura de várias fobias/medos
  • Eliminação de ataques de pânico
  • Reduzir a intensidade e a frequência das dores de cabeça
  • Aliviar as náuseas e vómitos causados pela quimioterapia
  • Controlar os níveis de stress, tensão, ansiedade
  • Melhorar os níveis de autoconfiança e auto-estima
  • Aliviar a dor física

Ninguém pode ser hipnotizado contra a sua vontade ou sem saber, não vai perder características da sua personalidade, nem a sua memória se for sujeito a uma sessão de hipnoterapia. No entanto, se o processo não for levado a cabo por um terapeuta credenciado e experiente (e com o qual o doente deve ter uma relação de confiança e de à vontade), o estado hipnótico pode revelar-se doloroso ou desconfortável, nomeadamente na forma de dores de cabeça, tonturas ou náuseas.

Sem comentários:

Enviar um comentário