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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

História 08.10.2012

VANTAGENS DA LEITURA
- Mãos no ar - gritou o caçador para a lebre.
- Qual quê! Toca mas é a correr...
- Pára ou eu disparo - voltou a avisar o caçador.
Pois sim! Pernas para que vos quero...
Vai daí, o caçador disparou. Disparou, mas não acertou.
Foi a sorte da lebre.
De moita em moita, rasteirinha, a lebre chegou, quase
sem fôlego, à toca da família.
Pânico geral entre os parentes.
- Não posso acreditar - dizia a bisavó. - Aqui nunca
houve caçadores.
- Nem o velho Hipólito os consentia, nos arredores da
herdade - acrescentava a avó.
Assim em paz tinham vivido há gerações, mas o que não
sabiam era que o dono da herdade já morrera. Também não
sabiam que os filhos do senhor Hipólito, pouco dados à
vida do campo, tinham vendido toda aquela imensidão de
terra a um clube de caçadores.
- Ninguém nos avisou - protestaram as lebres.
Por sinal que tinham sido avisadas. Se as lebres
soubessem ler, teriam lido no jornal da terra o anúncio da
venda. Também um edital, pregado no tronco de um
sobreiro, à entrada da herdade, noticiava a mudança de
proprietário.
Finalmente, vários letreiros, onde estava escrito
TERRENO DE CAÇA, espalhados um pouco por toda a
parte, informavam que aquele território deixara de ser
seguro para lebres e coelhos.
Foi a partir deste incidente que as lebres decidiram todas
aprender a ler. E, já agora, mudar para um sítio mais
sossegado.

FIM

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