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sábado, 26 de novembro de 2011

Notícias da Autarquia de Lamego,26.11.2001

II Conferências do Douro Sul alertam para a situação económica dificil da região do Douro

A região do Douro “está à beira do precipício” económico, foi o alerta lançado pelo presidente da Câmara de Lamego no arranque das II Conferências do Douro Sul.

As jornadas decorreram no magnifico cenário do Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego e permitiram uma boa reflexão sobre temáticas da actualidade, nomeadamente as questões da reorganização do território e da cultura, turismo e economia do Douro.
O autarca de Lamego, Francisco Lopes, do PSD, disse que a forma como o Douro “mostra falta de capacidade reivindicativa junto da administração central” pode levar à “tentação de dar um passo em frente para o precipício”. Alguns dos exemplos apontados pelo presidente da autarquia de Lamego são a acelerada desertificação humana, a queda contínua do rendimento no Douro, incluindo nas suas grandes imagens, como o Vinho do Porto e a agricultura, tendo sublinhado que o mais importante é a “incapacidade de retenção na região das mais-valias económicas nela geradas”, como a hidroeléctrica e o turismo.
Francisco Lopes deu, para reforço dos problemas que a região enfrenta,com o exemplo os últimos dados sobre o índice de poder de compra nacional, onde cinco dos 10 concelhos do Douro Sul integram os 10 municípios do fundo da tabela, tendo mesmo Sernancelhe como o último.
Numa manhã de trabalho que não contou com a secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, como estava no programa, as diversas intervenções de autarcas e das associações de desenvolvimento do Douro desaguaram nos problemas que a região atravessa. Ricardo Magalhães, chefe da estrutura de Missão do Douro, aproveitou a soma de discursos de tom pessimista para deixar alguns recados, como sejam a ideia de que “o Douro só se pode desenvolver com pessoas da região” e ainda que “as políticas assistencialistas não servem” e desafiou os autarcas a conquistarem um peso político específico no país.
Uma outra ideia transversal a todas as intervenções foi a de que as autarquias, nesta região do país, são, na maior parte dos casos, a maior empresa do concelho, como foi o caso do presidente da Câmara de Moimenta da Beira. José Eduardo Ferreira lembrou ser essencial tirar partido do potencial da região, como é exemplo as 120 mil toneladas de maçã que aqui são produzidas, com um rendimento superior a 60 milhões de euros, ou ainda os “melhores espumantes do país”.
Apontando os alertas deixados pelo presidente da autarquia de Lamego, sobre os riscos de o Douro estar à beira do precipício, José Eduardo Ferreira deixou o desafio para que “nas conferências do próximo ano, a situação não seja tão pessimista”, deixando ainda aberta a porta para o alargamento destas a uma dimensão internacional. Por seu lado, Manuel Carvalho, jornalista do Público, assumiu o tom mais pessimista de todas as intervenções, apontando as dificuldades que o Vinho do Porto, com uma crescente desvalorização do valor da marca e no rendimento dos produtores ou os problemas por que passam as cooperativas e a Casa do Douro.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, foi um dos oradores convidados nas conferências, tendo na sua intervenção contextualizado a actual situação portuguesa, na Europa e no mundo, e partilhou com as mais de quatro centenas de presentes, a sua experiência autárquica, nomeadamente o processo de redução do número de freguesias que levou a cabo em Lisboa.
Para além de António Costa, intervieram, António Martinho, presidente do turismo do Douro, Carlos Duarte, do programa operacional do Norte, Manuel Carvalho, jornalista do Público e ainda o secretário de estado da administração local, Paulo Júlio, que encerrou os trabalhos.
Por parte dos autarcas do douro sul intervieram António Borges, presidente de Resende e da associação de municípios do douro sul, Francisco Lopes, presidente de Lamego, José Eduardo Ferreira, presidente de Moimenta da Beira, Hernâni Almeida, presidente de Armamar, Pereira Pinto, presidente de Cinfães, Carlos Esteves, presidente de Penedono e José Mário Cardoso, presidente de Sernancelhe.

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