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domingo, 12 de agosto de 2012

História para 12.08.2012


O PEIXE E O GATO


Era uma vez um peixe.
Era uma vez um gato,
um gato gaiato com sonhos e cócegas de gato macaco.
– Vem daí, ó peixe, brincar-me no prato.
Ó peixe de prata, de prata barata,
vem jogar comigo ao gato e ao rato.
O peixe dançava nos olhos do gato.
Por dentro do vidro, voava em recato...
"Há perigo? Que perigo?
Estou vivo e bem vivo
e bem protegido"
Bolinhas subiam em ondas de ornato...


E o gato, um safado, malhado do mato,
Dizia, baixinho, de encontro ao buraco.
– Troquemos, peixinho, e já, sem demora,
eu vou para a redoma,
tu vens cá para fora.
É que ando cansado do ar que respiro,
suspiro por água. Nadando, sou foca,
sou pato a vapor, sou gato a motor...
Salta daí! Vamos! Troca!
O peixe descia... fugia... fugia...
Não ia em batota nem troca-baldroca.
– Ah, sim?! – lhe dizia o gato do mato
– Tens boca e não falas?
Mas, diz, finalmente não vais no contrato?


O peixe de prata, de prata lavrada
nadava, nadava...
Então, mais sensato, o gato-pingado
gritou para o buraco:
– Quebrou-se o contrato. Não brinco contigo.
Fica do teu lado, que eu fico onde fico
e desde já te digo,
meu carapau calado,
que hás-de afogado
morrer, para castigo.


Lá foi o gato amuado
pregar para outro postigo,
enquanto o peixe de prata
nadava de largo em largo
no lago feito baía.
E cada escama lhe ria...
FIM






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