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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

História para 15.08.2012


CAVALINHO E CAVALO


 O cavalinho foi ver o pai às corridas.
Tinham-lhe dito que o pai ia concorrer, na Grande Prova
Internacional a Todo o Galope, e o cavalinho, que nunca
tinha vencido a cerca do prado onde vivia, deu um salto e
pronto. Estava do outro lado.
– Se fosse o meu pai, melhor ele saltaria – disse de si
para si o cavalinho. – O meu pai é um grande saltador.
Um cavalo na estrada, sem cavaleiro nem atrelado,
chama sempre a atenção. Um automóvel parou, ao pé dele.
– Ó cavalicoque, posso dar uma voltinha? – perguntou
uma risonha voz de dentro do carro.
O cavalinho assustou-se e fugiu. Correu. O automóvel
atrás dele.


Se não tivesse inflectido para um caminho de mau piso,
o automóvel tinha-o apanhado. Assim, escapou.
– Se fosse o meu pai, melhor correria – disse de si para
si o cavalinho. – O meu pai é um grande corredor.
Era o que se ia ver na tal Grande Prova a Todo o Galope.
Postados, na linha de partida, cavaleiros e cavalos. Entre
eles, o pai do cavalinho.
Desataram todos a correr ao mesmo tempo. Nem se
percebia qual ia à frente, tanto o pó que levantavam.
– Deve ser o meu pai – dizia o cavalinho.
Fosse ou não fosse, o certo é que, numa curva, depois de
terem saltado uma barreira, os cavalos tropeçaram uns nos
outros e caíram. E magoaram-se. Entre eles, o pai do
cavalinho.
Foi interrompida e anulada a corrida.

Agora de novo no prado com a cerca à volta,  o
cavalinho faz companhia ao pai, que coxeia, de perna
ligada, para que se cure depressa.
– Se não tivesse havido aquela confusão, depois da
barreira, tu é que tinhas ganho – disse-lhe o filho.
O cavalo de corrida faz que sim com a cabeça e relincha.
O pescoço musculoso brilha como seda. As crinas
ondeiam. É um lindo cavalo castanho, cor de terra
molhada. O filho sai a ele.

FIM




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