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terça-feira, 14 de agosto de 2012

História para 14.08.2012


OS ESQUILOS DANILOS NO CASTELO DOS FANTASMAS MEDROSOS


Estes dois esquilos, Danilo Pai e Danilo Filho, andam
sempre em viagem.
Desta vez, foram ter a um castelo, um velho castelo
abandonado. Como era quase noite, resolveram abrigar-se
no meio das ruínas.
– Havia de ser engraçado, se houvesse fantasmas – disse
o Danilo Filho.
– Convinha, convinha – aprovou o Danilo Pai. – Sempre
era mais uma boa história para contar, quando voltássemos.
– Mas nós vamos voltar? – quis saber o Danilo Filho.
– Por agora, estamos a ir – explicou o Danilo Pai. – Mas
sempre ouvi dizer que há ir e voltar. A Terra é redonda.
Estavam eles nesta conversa, quando ouviram o pio de
uma coruja.
– Ouviste? É a coruja a anunciar a chegada de algum
fantasma... – avisou o Danilo Filho.


– Muito interessante – disse o Danilo Pai. – E achas que,
daqui, a gente vê bem?
O Danilo Filho esclareceu que os fantasmas, quando
aparecem, exibem-se para todo o público, esteja onde
estiver, e fazem muito barulho para chamar a atenção –
batem com os pés, empurram cadeiras, arrastam
correntes...
Nisto, as asas silenciosas de um morcego passaram rente
aos dois esquilos. O relógio de uma torre, longe, bateu as
doze badaladas da meia-noite.
– Está na hora – bichanou o Danilo Filho ao ouvido do
pai.
– Tens a certeza? – perguntou este, também em voz
baixa. – E porque é que estamos a falar assim, como se
estivéssemos a contar segredos um ao outro?
– Para não assustar os fantasmas – esclareceu o filho.
O pai Danilo impacientou-se:


– Não me convidem para festas com fantasmas
medrosos. Desinteresso-me e vou dormir.
Dito e feito. Enrolou a cauda e adormeceu.
Em compensação, o filho continuou acordado, na
esperança de que aparecessem os tais fantasmas das
correntes a arrastar. A meio da noite, bateu nos ombros do
pai, numa grande excitação.
– Olhe, pai, olhe que lá vem um.
– Um quê? – perguntou o Danilo Pai, muito ensonado.
– Um fantasma de olhos brilhantes, repare, pai.
Danilo Pai fixou as luminárias:
– Ou o teu fantasma tem os olhos tortos ou são dois
pirilampos a jogar às escondidas...



Eram mesmo. Danilo Filho, desanimado, encostou  a
cabeça a uma pedra. Daí a nada estava a dormir e a sonhar
com fantasmas.
No dia seguinte, enquanto arrumavam as bagagens, o pai
disse para o filho:
– Não fiques amuado. Afinal, mais coisa menos coisa, já
temos uma história de fantasmas para contar.
E os dois esquilos Danilos prosseguiram viagem.
FIM







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