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terça-feira, 25 de setembro de 2012

História para 25.09.2012

O MAR É QUEM MANDA

Era uma vez um casal que só tinha uma filha. O pai,
pescador, dizia assim:
– A remar, dois valem mais que um. Que pena não ter um
rapaz que me ajudasse!
Neptuno, o rei dos mares, ouviu-o e mandou-lhe de
recado por uma sereia o seguinte aviso:
– Vão ser satisfeitos os teus desejos. A tua mulher há-de
ter um filho que te ajudará na lida de remador. Mas  –
cuidado! – nunca o ponhas a puxar as redes...
A promessa tornou-se realidade. Como nestas histórias
tudo acontece depressa, já estamos a ver o rapaz ao lado do
pai, ambos a par, cada um com o seu remo.
Um dia em que as redes traziam mais peixe do que o
costume, o pai chamou o filho:
– Vem dar a mão às redes, que pesam demais para as
minhas forças.
O filho foi, mas levantou-se logo uma onda mais alta que
o arrebatou para dentro do mar. Só então o pai se lembrou
do que Neptuno o avisara.
– Neptuno, rei dos mares, devolve-me o meu filho, que
eu te darei tudo o que tu quiseres.
A mesma onda, que levara o rapaz, o repôs, a salvo, no
barco. Tudo num instante. E ouviu-se uma voz, vinda do
fundo do mar:
– Em troca do teu filho, o destino da tua filha vai ficar
nas minhas mãos.
O pescador alarmou-se:
– Queres que eu dê a minha filha? A quem? Como?
– A um mensageiro que há-de cheirar a peixe, como tu –
disse-lhe a voz.
Remaram a toda a pressa para a praia. Esperavam-nos a

mulher, a filha e, de mão dada com ela, um rapaz...
– Quem é ele? – foi a primeira pergunta dos pescador,
assim que o barco tocou a areia.
– É o Quim Sardinheiro, filho do Timóteo Sardinheiro –
respondeu a mulher, a sorrir. E, depois, em voz baixa: –
Parece que estão calhados um para o outro. Uma família
toda a cheirar a peixe, é o que é...
Casava-se a filha do pescador com um pescador. Não
havia dúvidas: o mar continuava a ter nas suas mãos  o
destino daquela família.


FIM

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